Chance de limitar aquecimento global a 2ºC é de 5%, aponta estudo
Há uma chance de 5% de limitar o aquecimento global médio abaixo de dois graus Celsius, o objetivo estabelecido no Acordo de Paris sobre o clima de 2015, disseram pesquisadores nesta segunda-feira (31).
E as chances de atingir a meta preferencial de 1,5º C, também prevista no pacto assinado por 196 países, é de apenas 1%, segundo um estudo publicado na revista Nature Climate Change. Uma equipe de especialistas baseada nos Estados Unidos usou projeções de crescimento populacional para estimar a produção futura e as emissões de carbono relacionadas com a queima de combustíveis fósseis.
Com base nesses dados, “a provável variação de aumento da temperatura global é de 2º C a 4,9º C, com uma média de 3,2º C e uma chance de 5% de que será inferior a 2º C”, escreveram. Seus cálculos não foram baseados em previsões do pior cenário de uso inalterado de energia, disse a equipe, e abrangiam os esforços para reduzir o uso de combustíveis fósseis.
No entanto, não preveem a possibilidade de uma mudança súbita e maciça para as energias renováveis. “Alcançar o objetivo de menos de 1,5º C de aquecimento exigirá que a intensidade do carbono decline muito mais rápido do que no passado recente”, escreveu a equipe.
As nações do mundo concluíram anos de complicadas negociações há dois anos ao assinarem o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas. Elas se comprometeram a manter o aquecimento global “bem abaixo” de 2º C em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial e a lutar para limitar o aumento das temperaturas abaixo de 1,5º C, em uma tentativa de evitar a subida do nível dos mares, as secas, as tempestades e outros efeitos climáticos.
O painel de ciência climática da ONU recomenda um corte de 40-70% nas emissões de gases de efeito estufa dos combustíveis fósseis até 2050 em relação aos níveis de 2010. O Acordo de Paris é menos preciso, buscando apenas que as emissões atinjam seu auge “o mais rápido possível”.
A ONU estima que a população mundial aumentará de cerca de 7,5 bilhões hoje para 11,2 bilhões até 2100, aumentando a pressão sobre os recursos energéticos.
Fonte: UOL